Pesquisa
Semelhanças entre a Gripe Espanhola e a Covid-19
Pandemia do início do século
XX e a atual levaram à valorização do sistema público de saúde.
A pandemia do Covid19 guarda
semelhanças com a da gripe espanhola, também de alcance mundial, com um impacto
devastador: infectou cerca de 500 milhões de pessoas, o equivalente a um terço
da população mundial na época, e matou entre 25 milhões e 50 milhões, em geral
com 20 a 40 anos, de 1918 a 1920.
Na cidade de São Paulo, em poucos
meses a epidemia matou 5.300 paulistanos, o equivalente a 1% da população da
capital, e foi tão intensa que os mortos se acumulavam nas ruas até serem
recolhidos; a cidade do Rio de Janeiro viveu uma situação similar.
Embora em outro contexto
histórico – não havia equipamentos de proteção para quem atendia os doentes, as
pessoas morriam em geral em suas próprias casas e não se conhecia ainda o
material genético dos vírus –, a epidemia de gripe também gerou desorganização
econômica e social, já que os portos, o transporte e outros serviços públicos
pararam de funcionar.
“Em todo o mundo, o discurso das
autoridades do governo sobre o controle da epidemia conflitava com a imensa
dificuldade das equipes dos serviços de saúde em atender as pessoas doentes”,
diz a historiadora Anny Torres, professora das universidades federais de Minas
Gerais (UFMG) e de Ouro Preto (UFOP) e autora do livro Influenza espanhola e
a cidade planejada: Belo Horizonte, 1918 (Fino Traço, 2007).
Segundo ela, uma diferença entre
as duas pandemias é que em 1919 os médicos diziam que era ineficaz decretar
quarentena e fechar fronteiras porque era impossível deter o avanço da doença.
Em sua pesquisa sobre a gripe
espanhola na capital mineira, Torres verificou que as autoridades tomavam
medidas preventivas para não serem criticados publicamente e para a população
se acalmar.
Também houve ganhos. “A gripe
destravou o debate sobre a criação, efetivada em 1919, do Departamento Nacional
de Saúde Pública, vencendo as resistências dos estados, principalmente São
Paulo, diante da necessidade de coordenar as ações contra a epidemia em todo o
país”, afirma o cientista político e historiador da saúde Gilberto Hochman,
pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) do Rio de Janeiro e autor de A
era do saneamento: as bases da política de saúde pública no Brasil (Hucitec,
2013).
“A gripe espanhola expôs os
limites e levou a uma valorização do sistema público de saúde, indispensável
para enfrentar uma epidemia, e dos profissionais da área médica“, diz ele.
A situação se repete: “Não há
leitos suficientes, notificação precisa e acolhimento possível para todos, mas
somente o Sistema Único de Saúde será capaz desse enfrentamento, embora não tenha
recebido os investimentos necessários nos últimos anos, porque só ele possui
tecnologia e histórico de enfrentamento de doenças e epidemias”, diz o
historiador André Mota, da Faculdade de Medicina da USP. “O SUS precisará ser
rapidamente revitalizado e entendido como suporte central para quaisquer
medidas de controle.”
Disponível em: <
https://revistapesquisa.fapesp.br/2020/03/26/semelhancas-entre-a-gripe-espanhola-e-a-covid-19/>.
Acesso em: 16 de mai. de 2020.
Assistam aos vídeos para auxilia-los na pesquisa:
Em Busca do Vírus da Gripe Espanhola - https://www.youtube.com/watch?v=4471TbViMro
A Gripe Espanhola - Documentário- https://www.youtube.com/watch?v=7JK6i51WOBw
Exercício:
Como vimos, não é de hoje que
as pandemias são um dos grandes problemas da humanidade que ocorreram em
diferentes períodos da História. Com base nessa informação sobre a Gripe
Espanhola, vocês irão fazer uma tabela comparativa com a nova pandemia do
Covid-19, (através de uma pesquisa feita na internet sobre ambas as doenças)
comparando:
Todas as atividades e para serem enviadas
para o e-mail que consta abaixo.
E-mail: hessf15@gmail.com
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ResponderExcluirCopiar e mandar a resposta para meu e-mail. Desculpe a demora.
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