Prof: Alessandro Fischer – História: REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º D e E - Aulas dos dias 13 a 20 de maio de 2020.
Prof: Alessandro
Fischer – História: REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º D e E - Aulas dos
dias 13 a 20 de maio de 2020.
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
A Revolução Industrial teve início de maneira pioneira na
Inglaterra, no século XVIII, e causou grandes transformações nas relações de trabalho
e no sistema de produção.
O trabalhador na Revolução Industrial
A Revolução
Industrial também gerou grandes transformações no modo de produção de
mercadorias. Antes do surgimento da indústria, a produção acontecia pelo modo
de produção manufatureiro, isto é, um modo de produção manual
que utilizava a capacidade artesanal daquele que produzia. Assim, a manufatura
foi substituída pela maquinofatura.
Com a maquinofatura
não era mais necessária a utilização de vários trabalhadores especializados
para produzir uma mercadoria, pois uma pessoa manuseando as máquinas
conseguiria fazer todo o processo sozinha. Com isso, o salário do
trabalhador despencou, uma vez que não eram mais necessários
funcionários com habilidades manuais.
Isso é evidenciado
pela estatística trazida por Eric Hobsbawm que mostra como o salário do
trabalhador inglês caiu com o surgimento da indústria. O exemplo levantado foi
Bolton, cidade no oeste da Inglaterra. Lá, em 1795, um artesão ganhava 33
shillings, mas em 1815, o valor pago havia caído para 14 shillings e, entre
1829 e 1834, esse salário havia despencado para quase 6 shillings.
Percebemos aqui uma queda brusca no salário e esse processo deu-se em toda a
Inglaterra.
Além do baixo
salário, os trabalhadores eram obrigados a lidar com uma carga de trabalho extenuante. Nas
indústrias inglesas do período da Revolução Industrial, a jornada diária de trabalho
costumava ser de até 16 horas com apenas 30
minutos de pausa para o almoço. Os trabalhadores que não aguentassem a jornada
eram sumariamente substituídos por outros.
Não havia nenhum tipo de segurança para
os trabalhadores e constantemente acidentes aconteciam. O acidente mais comum
era quando os trabalhadores tinham seus dedos presos na máquina e muitos os
perdiam. Os trabalhadores que se afastavam por problemas de saúde poderiam ser
demitidos e não recebiam seu salário. Só eram pagos os funcionários que
trabalhavam efetivamente.
Essa situação degradante fez com que os
trabalhadores se mobilizassem pouco a pouco contra seus patrões. Isso levou à
criação das organizações
de trabalhadores (mais conhecidas no Brasil como sindicatos) e
chamadas na Inglaterra de trade union. Os trabalhadores exigiam
melhorias salariais e redução na jornada de trabalho.
Dois grandes movimentos de trabalhadores
surgiram dessas organizações foram o ludismo e
o cartismo.
O ludismo teve
atuação destacada no período entre 1811 e1816 e sua estratégia consistia em
invadir as fábricas e destruir as máquinas. Isso acontecia porque os adeptos do
ludismo afirmavam que as máquinas estavam roubando os empregos dos homens e,
portanto, deveriam ser destruídas.
O movimento cartista, por sua vez,
surgiu na década de 1830 e lutava por direitos trabalhistas e políticos para a
classe de trabalhadores da Inglaterra. Uma das principais exigências dos
cartistas era o sufrágio universal masculino, isto é, o direito de que todos os
homens pudessem votar. Os cartistas também exigiam que sua classe tivesse
representatividade no Parlamento inglês.
A mobilização de trabalhadores resultou
em algumas melhorias ao longo do século XIX. A pressão exercida pelos
trabalhadores dava-se, principalmente, por meio de greve. Uma das
melhorias mais sensíveis conquistadas pelos trabalhadores foi a redução da jornada de trabalho para 10
horas diárias, por exemplo.
A mobilização de trabalhadores enquanto
classe, isto é, pobres (proletários), não foi um fenômeno que surgiu
especificamente por causa da Revolução Industrial. Nas palavras de
Eric Hobsbawm, o enfrentamento dos patrões pelos trabalhadores aconteceu,
porque a Revolução Francesa deu-lhes confiança para
isso, enquanto que “a Revolução Industrial trouxe a necessidade de mobilização
permanente.
Por que a Revolução Industrial aconteceu primeiro na Inglaterra?
A Revolução Industrial despontou pioneiramente, na segunda metade
do século XVIII, na Inglaterra e gradativamente foi espalhando-se pela Europa
e, em seguida para todo o mundo. Mas por que necessariamente isso ocorreu na Inglaterra? A resposta para isso é encontrada um pouco no acaso e
um pouco na própria história inglesa.Primeiramente, é importante estabelecer
que o desenvolvimento tecnológico e industrial na Inglaterra foi possível,
porque a burguesia estabeleceu-se como classe e garantiu o desenvolvimento da
economia inglesa na direção do capitalismo. Isso aconteceu no século XVII, com
a Revolução Gloriosa.
A Revolução Gloriosa aconteceu em 1688 e
consolidou o fim da monarquia
absolutista na Inglaterra (que já vinha enfraquecida desde
a Revolução
Puritana na década de 1640). Com isso,a
Inglaterra transformou-se em uma monarquia constitucional parlamentarista, na
qual o poder do rei não estava acima do Parlamento e nem da Constituição, no
caso da Inglaterra da Declaração
de Direitos – Bill of Rights.
Assim, a burguesia conseguiu
consolidar-se enquanto classe e governar de maneira a atender aos seus
interesses econômicos. Um acontecimento fundamental para o desenvolvimento do
comércio inglês deu-se no meio das duas revoluções do século XVII, citadas
acima. Em 1651, Oliver Cromwell decretou os Atos de Navegação, lei que
decretava que mercadorias compradas ou vendidas pela Inglaterra somente seriam
transportadas por embarcações inglesas.
Essa lei foi fundamental, pois protegeu o
comércio, enfraqueceu a concorrência dos ingleses e garantiu que os navios
ingleses controlassem as rotas comerciais marítimas. Isso enriqueceu a
burguesia inglesa e permitiu-lhes acumular capital. Esse capital foi utilizado
no desenvolvimento de máquinas e na instalação das indústrias.
Mas não bastava somente excedente de
capital para garantir o desenvolvimento industrial. Eram necessários
trabalhadores, e a Inglaterra do século XVIII tinha mão de obra excedente. Isso está
relacionado com os cercamentos que
aconteciam na Inglaterra e que se intensificaram a partir do século XVII.
Os cercamentos aconteciam por força
da Lei dos Cercamentos (Enclosure Acts),
lei inglesa que permitia que as terras comuns fossem cercadas e transformadas
em pasto. As terras comuns eram parte do sistema feudal que estipulava
determinadas áreas para serem ocupadas e cultivadas pelos camponeses.
Com os cercamentos, os camponeses que
habitavam essas terras foram expulsos e as terras foram transformadas em pasto
para a criação de ovelhas. A criação de ovelhas era o que fornecia a lã
utilizada em larga escala na produção têxtil do país. Os camponeses expulsos de
suas terras e sem ter para onde ir mudaram-se para as grandes cidades.
Sem nenhum tipo de qualificação, esses
camponeses viram-se obrigados a trabalhar nos únicos locais que forneciam
empregos – as indústrias. Assim, as indústrias que se desenvolviam na
Inglaterra tinham mão de obra excedente. Isso garantia aos patrões poder de
barganha, pois poderiam forçar os trabalhadores a aceitarem salários de fome
por uma jornada diária exaustiva.
A adesão dos trabalhadores às indústrias
ocorreu de maneira massiva também por uma lei inglesa que proibia as pessoas de
“vadiagem”. Assim, pessoas que foram pegas vagando pelas ruas sem emprego
poderiam ser punidas com castigos físicos e até mesmo com a morte, caso fossem
reincidentes.
Por último, destaca-se que o acaso e o
fortuito também contribuíram para que a Inglaterra despontasse pioneiramente. O
desenvolvimento das máquinas e das indústrias apenas ocorreu, porque a Inglaterra tinha grandes reservas dos dois
materiais essenciais para isso: o carvão e
o ferro.
Com reservas de carvão e ferro abundantes, a Inglaterra pôde desenvolver sua
indústria desenfreadamente.
Fases da Revolução
Industrial
A Revolução Industrial corresponde às modificações econômicas e tecnológicas que consolidaram
o sistema capitalista e
permitiram o surgimento de novas formas de organização da sociedade. As
transformações tecnológicas, econômicas e sociais vividas na Europa Ocidental,
inicialmente limitadas à Inglaterra, em meados do século XVIII, tiveram
diversos desdobramentos, os quais podemos chamar de fases. Essas fases
correspondem ao processo evolutivo das
tecnologias desenvolvidas e as consequentes mudanças socioeconômicas.
Primeira Revolução Industrial
A Primeira Revolução Industrial refere-se
ao processo de evolução tecnológica vivido a partir do século XVIII na Europa
Ocidental, entre 1760 e 1850, estabelecendo uma nova relação entre
a sociedade e
o meio, bem
como possibilitou a existência de novas formas de produção que transformaram
o setor industrial, dando
início a um novo padrão de consumo.
Essa fase é marcada especialmente
pela substituição da
energia produzida pelo homem por energias como a vapor, eólica
e hidráulica; a substituição
da produção artesanal (manufatura) pela indústria (maquinofatura) e
também pela existência de novas relações de trabalho.
As principais invenções dessa fase que modificaram
todo o cenário vivido na época foram: a utilização do carvão como fonte
de energia; o consequente desenvolvimento da máquina a vapor e
da locomotiva. Nessa
fase foi, também, desenvolvido o telégrafo, um
dos primeiros meios de comunicação quase instantânea.
A produção modificou-se, diminuindo o tempo e aumentando a
produtividade; as invenções possibilitaram o melhor escoamento
de matérias-primas, bem como de consumidores e também favoreceram a
distribuição dos bens produzidos.
Resumo
·
A Inglaterra foi a nação pioneira no desenvolvimento industrial e
tecnológico no mundo.
·
Por meio da Revolução Industrial, o capitalismo consolidou-se como
sistema econômico vigente.
·
O desenvolvimento da máquina a vapor é considerado como o ponto de
partida da Revolução Industrial.
·
Causou profundas transformações no modo de produção e também nas relações
entre patrão e trabalhador.
·
Durante o auge da Revolução Industrial, os trabalhadores ingleses
recebiam salários baixíssimos e eram obrigados a suportar uma longa jornada de
trabalho.
·
A intensa exploração sob o trabalho do proletário fez com que os
trabalhadores organizassem-se em sindicatos.
·
Dois movimentos de trabalhadores foram muito importantes no século
XIX: o ludismo e o cartismo.
·
A Revolução Industrial aconteceu de maneira pioneira na Inglaterra
por uma junção de fatores que englobam as grandes reservas de carvão do país,
os cercamentos, o excedente de capital existente no país etc.
·
As transformações econômicas, sociais e tecnológicas
proporcionadas pela Revolução Industrial dividem-se em fases, segundo os
avanços produtivos, no campo científico e em diversas outras áreas do setor
econômico e industrial.
·
Pode-se dividir a Revolução Industrial em: Primeira Revolução
Industrial, Segunda Revolução Industrial e Terceira Revolução Industrial.
·
Diversas foram as consequências da Revolução Industrial. Houve
aumento da produtividade, mudança nas relações de trabalho, alterações no modo
de vida e padrões de consumo da sociedade, alterou-se a relação entre o homem e
a natureza, houve avanços em diversos campos do conhecimento, entre outras
mudanças.
Vídeos para facilitar no entendimento
do tema trabalhado:
1.
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
(Documentário Completo)
2.
Você sabe quem inventou o Motor
a Vapor?
3.Taylorismo - Fordismo – Toyotismo
https://www.youtube.com/watch?v=FrrFhnoET7w
4.
EVOLUÇÃO INDUSTRIAL - Resumo
Desenhado
EXERCÍCIOS:
Obervação: Consultem o livro das pags 98 a 104 e assistam as aulas no centro de mídias.
2. O acúmulo de capitais, a modernização da
agricultura, a disponibilidade de mão de obra e de recursos naturais e a força
do puritanismo ajudam a explicar o pioneirismo da __________ na Revolução
Industrial.
Das
opções abaixo listadas, o país que melhor preenche o espaço acima é:
a) Alemanha
b) Holanda
c) Itália
d) Inglaterra
e) Espanha
b) Holanda
c) Itália
d) Inglaterra
e) Espanha
3. O novo
processo de produção introduzido com a Revolução Industrial, no século XVIII,
caracterizou-se pela:
a) implantação da indústria doméstica
rural em substituição às oficinas.
b) realização da produção em grandes unidades fabris e intensa divisão do trabalho.
c) mecanização da produção agrícola e consequente fixação do homem à terra.
d) facilidade na compra de máquinas pelos artesãos que conseguiam financiamento para isso.
e) preocupação em aumentar a produção, respeitando-se o limite da força física do trabalhador.
b) realização da produção em grandes unidades fabris e intensa divisão do trabalho.
c) mecanização da produção agrícola e consequente fixação do homem à terra.
d) facilidade na compra de máquinas pelos artesãos que conseguiam financiamento para isso.
e) preocupação em aumentar a produção, respeitando-se o limite da força física do trabalhador.
E pra copiar o texto ?
ResponderExcluirO negocio da cruzadinha e pra fazer ??
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